O plano alimentar para a criança diabética deve atender às necessidades individuais de calorias e nutrientes para garantir melhor o controle da glicemia e evitar as complicações que possam estar relacionadas à alimentação, como excesso de peso, etc…
A alimentação deve possuir as mesmas características de uma criança normal, levando em conta a distribuição dos carboidratos (pães, massas, arroz), proteínas (carnes, leite e derivados, ovos) e lipídeos (margarinas, óleo vegetal), que será determinada de acordo com o hábito alimentar, atividade física praticada e tipo de medicamentos que a criança utiliza.
Quanto à distribuição dos nutrientes:
- Carboidratos: 50-60%, sendo que 40-50% deve provir dos polissacarídeos (amido) e somente 10-20% dos monos e dissacarídeos, como:açúcar comum(sacarose), açúcares do leite (lactose), açúcares das frutas (frutose).
- Lipídeos (gorduras): em torno de 30% das necessidades calóricas.
- Proteínas: varia de 0,8 a 1,0g de proteína/kg de peso ideal da criança diabética.
Dicas para elaboração do padrão alimentar:
- A orientação nutricional deve respeitar os horários, quantidades e qualidade dos alimentos em combinação com a quantidade de insulina (caso utilize);
- Realizar de 5 a 6 refeições ao dia, incluindo lanches nos horários intermediários das principais refeições (desjejum ou café da manhã, almoço e jantar);
- As refeições devem ser realizadas a cada 3 horas, padronizando, dessa forma, os horários a serem seguidos;
- Os doces podem ser ingeridos, de preferência, junto às principais refeições, pois possuem um maior teor de gordura, que levará a uma digestão mais lenta;
- Priorizar os alimentos ricos em fibras: verduras e legumes (crus e cozidos) e frutas (com casca e bagaço), pois o conteúdo de fibras nos alimentos diminui a velocidade de absorção dos carboidratos;
- Não exagerar na quantidade das frutas numa mesma refeição;
- Ler sempre os rótulos dos alimentos industrializados, se preocupando principalmente com os produtos “light”, pois muitas vezes podem conter açúcar na sua composição em grande quantidade e os “diet” que podem conter outros ingredientes como: farinhas, leite, ovos, etc…, os quais devem ser considerados;
- Estimular a prática de atividade física regular e programada, pois ajuda a diminuir o nível de glicose no sangue e torna a ação da insulina mais eficiente (no caso do diabetes tipo 1). É indicado que a criança realize um lanche antes da atividade ou diminua a dose de insulina injetável, para que não entre num quadro de hipoglicemia (sempre que possível, tenha tabletes de glicose para o caso de uma reação hipoglicêmica – queda acentuada de açúcar no sangue);
- Os lanches devem ser constituídos de pequenas unidades: uma fruta, ou um biscoito com um copo de leite, ou um copo de iogurte, algo bem leve e digestivo. Evite comer em demasia nos lanches e também os petiscos gordurosos ou guloseimas adocicadas que só servem para aumentar o peso e descontrolar a glicemia. Opte pelos alimentos assados e evite os gordurosos e frituras (empadas, coxinhas e salgadinhos), e doces.
Pizza e hambúrguer são permitidos, desde que o consumo seja apenas uma vez por semana e sempre substituindo o almoço ou jantar;
10. Consultar periodicamente seu médico e/ou nutricionista e a fim de colaborar no tratamento, o ideal é fazer um registro dos resultados diários dos testes de glicemia.
Não faça dieta sem consultar seu médico e/ou nutricionista.
Fonte: Revista “Guia Alimentar para o Diabético”